Nat
Tem horas que eu paro e penso "e agora? o quê que eu vou fazer da minha vida, com as minhas coisas?? as minhas dúvidas quanto ao futuro. as minhas angústias mais profundas. a raiva que sinto de mim mesma, por saber e ser o que eu sou, como costumo agir, depois duvidar de tudo isso e ficar sem chão, até voltar de novo às certezas, principalmente aquelas de que dizem respeito às mudanças tão grandes na minha vida e no meu jeito, e o quanto de igual também permaneceu e se repete. tem horas que eu me detesto, e felizmente percebo o quanto estou sendo injusta comigo mesma. tem horas que eu penso em um futuro sombrio, onde perdi tudo de mais precioso que tenho, e aí vejo a minha destrutividade querendo me consumir. ela sempre vai estar ali, é meu papel dizer NÃO. tem dias que são mais fáceis do que outros. às vezes, tudo que eu mais quero é jogar tudo pro alto, não medir consequências, fazer o que dá na telha, e isso é mais frequente do que eu gostaria. aprender a digerir tudo isso, transformar esse sentimento em algo construtivo dá tanto trabalho que eu penso como as pessoas podem julgar o tal do complexo de peter pan com tanta arrogância, quando é tão mais fácil agir como criança, sem muitas responsabilidades? é uma merda ser a pessoa que sempre põe mais peso nos ombros do que deveria. e mais foda ainda é aprender a tirar esse sobrepeso, embora este seja o caminho. sentir a insatisfação e todo tempo e transformar isso em algo enriquecedor, e não em mais cobranças. querer ajudar e perceber-se impotente diante da situação, e suportar. não saber o dia de amanhã, e ainda assim fazer planos, sonhar alto. perceber as injustiças do mundo e não deixar de fazer sua parte. colocar-se no lugar do outro com sinceridade, sem abrir mão de si, tentando chegar a um acordo. procurar agir com justiça, ainda que tenha preferência por um dos lados da moeda. respeitar os limites pessoais, pois não são todos os dias que estamos 100%. aprender a amar e a se perdoar a si mesmo. amar e perdoar os outros. Isso é crescer. boa sorte pra todos nós."