Nat
Ferida doída e bolhas cheias d'água.
Dói, dói, dói e depois de um tempo fecha.

O local é novamente machucado: mais incômodos, a pele estufada não suporta ser incomodada e, se é, estoura e arde. Depois de doer um bocado, ela volta a sarar.

Ah não, de novo?! E sangrou desta vez, pois a bolha foi estourada: atrito. Machucado besta, dor dos infernos! Fechou, sempre fecha. Noto a pele ficando escurecida e um pouco áspera.

Nova lesão: aquela pele rompeu e no lugar nasceu uma nova e dolorida bolha. Odeio bolhas! Não as quero em mim, sumam! Elas obedecem e se vão, mas deixam seu rastro: uma pequena montanha vai se sobressaindo.



... e assim o processo se repete, tantas e tantas outras vezes.
Mas eu sei que cada vez que acontece, em cada novo ferimento, é como se de alguma maneira o calo reafirmasse sua própria existência: ainda que doa muito, a dor é menor; ainda que sangre, sangra menos; e ele sai maior e mais forte, after all.

O calo caleja.
Depois de tanto, ele se fortaleceu.

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