Nat
O mar é revolto.
A declaração de amor foi sincera e volúvel.
A cor do cabelo mudou; não o sorriso.
A tristeza foi profunda, fugaz.
As lágrimas doídas, falso alarme.
O toque tão real e tão imaterial...

O mar é revolto.
As palavras doídas, falso alarme.
A cor do céu, indescritível.
A saudade se manifestou, em sua monstruosidade.
As lágrimas cortantes de desespero.
O toque desvelou a ausência.

O sono é revolto.
A declaração de amor foi infinitamente real.
A cor dos olhos, cristalinos, é como na lembrança;
O medo surgiu das entranhas.
As lágrimas, desesperadas, falso alarme.
O toque quente de um corpo que um dia foi.

O sono é revolto.
As palavras, confusas, soam reais.
As cores desvanecidas;
A coisa-em-si se revela, indescritível.
As lágrimas ausentes e
O toque irreal que cala fundo.

O amor gritou - sempre grita.

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2 Responses
  1. D. Says:

    Fiquei aqui tentando juntar as pistas que o seu poema deixou pra montar todo o cenário que você escreveu. Acho que algumas coisas pude perceber, outras não. Mas é pra isso que serve seu cantinho, não é? Desabafos.

    No fim das contas, o amor sempre grita. E tem a última palavra. Isso é importante.

    Eu te amo, linda. Eu estou aguentando firme aqui, aguente aí também. Te espero com os braços abertos e um abraço do tamanho do mundo. Até lá, tente ficar bem, mesmo que seja difícil. Isso vai passar.

    PS: a imagem no fim me lembrou The Tree of Life. Quase consigo ouvir uma música clássica ao fundo do seu post.


  2. mainina Says:

    Amiga, fazia tempo que não lia um poema seu. Fiquei feliz de passar aqui no blog e fuçar...

    Quanta delicadeza.

    Um beijo,
    Nina