Nat
Ai gente, tá fogo essa cidade de Santos, viu...
Desacostumei a tanta chuvinha; o céu parece que nunca abre... num é à toa que o Zé Simão tem brincado, chamando a região Sudeste de Chuveste. As pessoas de Bauru sabem que Santos sempre chove, eu vivo falando que aqui é o penico do mundo, mas cacete, tô com as pecênça estourada já!

Anyway, reclamação mode off.

Terminei de ler o Budapeste.
ADOREI.
Não vou dedicar outro post a este mesmo tema, pelo menos não agora. O livro é fantástico, eu quase me arrependi por ter falado coisas antes de terminar a leitura, mas agora já foi. Algumas idéias mudaram sobre o livro, no geral, porque outras foram acrescentadas - Outro dia você fala dele, Nat. Deixa prum outro momento.

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Meu-querido-e-tão-recente-blog, desculpa pelo abandono da mamãe, mas meu computador deu um pau violento, nem tá ligando, e fico aqui dependente do computador do meu irmão (ou seja, eu vou conseguir postar na mesma frequência que o cometa Halley passa pela Terra, ¬¬). MAS em breve espero resolver este probleminha.


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Hoje voltando do meu tardio almoço, eu passei por um morador de rua. Ele estava sentado no banco de um ponto de ônibus no caminho da minha casa, sozinho. Ninguém neste MUNDO seria capaz de ficar do lado daquele indivíduo: o cheiro emitido pelas suas roupas e pelo seu corpo era por demais forte, a ponto de virar comentário de um senhor que caminhava ao meu lado. Acho que vocês devem já ter sentido aquilo que eu senti naquele momento: impotência. Olhar uma situação e não saber o que fazer para mudá-la. O homem não me pediu nada, nem estava pedindo nada pra ninguém. Mas quem disse que era necessário pedir algo pra alguém? O pedido estava ali, velado, intrínseco à sua pessoa devido à sua condição. Tive vontade de me oferecer para lavar suas roupas e lhe dar algumas novas e limpas, permitir que tomasse um banho na minha casa, dar um prato de comida. Mas não o fiz, óbvio que não o fiz. Afinal, e o medo de alguma coisa me acontecer? De colocar uma pessoa dentro da minha casa sem saber quem é, ainda mais eu sendo uma mulher...
Por fim, a idéia de fazer algo por ele me abandonou.
A única coisa que eu poderia fazer por aquele homem, por motivos maiores, não pude fazer.
Aí veio a impotência... me senti incapaz, como em tantas outras vezes e em tantas outras situações, de fazer alguma coisa por alguém que precisasse.

Pois é, esta é a droga de mundo onde vivemos e que estamos, cada um do seu jeito, contribuindo para que se mantenha... (impotência mode on, again)

Só pra finalizar, aqui vai uma tirinha pra contemplar de leve este tema da cena de hoje...


3 Responses
  1. Anônimo Says:

    eu realmente acredito que uma das piores sensações é a impotência.
    =/

    e vc acha q tu abandona teu blog?
    eu já fiquei mais de 10 dias sem escrever um "ai" no meu!
    é normal!

    beijooos ;*


  2. Anônimo Says:

    ai.. escrevi um super comentário e sumiu..!!!!

    Adoooooooro Chico.. Mas nunca li nada dele, vou colocar na minha listinha de leitura tb!

    qto a atualizaçoes... "eu ja fiquei mais de dez dias sem escrever "(by Paulinha)... Eu não sei quando foi a última vez que eu atualizei o Let`s talk about fashion... e o Whaddafuck?! bom.. tá lá hahahhahahahahah

    Já sobre a sensação de impotência.. bom, deixa eu te contar uma historinha (e eu poderia contar várias do mesmo tipo): meu irmão foi no Lanches Independencia um dia... Ele pediu um sanduba de filé que era enorme. Sobrou um pedação. Ele comprou uma garrafa d'água e saiu pelas ruelas do Gonzaga atrás de alguém prá quem entregar aquilo... Tarefa fácil, já que por ali o que não falta é gente pedindo comida, esmola, etc, certo? Pois é.. Ele andou da Ana Costa até a conselheiro várias vezes, passando por várias ruas obscuras atrás de alguém.. Quando ele finalmente viu um cara que sempre perambula por aí, que poderia até ser esse do seu post... E falou prá ele que tinha um sanduíche de filé e água, se ele não estaria com fome. O cara ignorou e virou pro lado. Resumindo? Quem sabe, mesmo que você enfrentasse seus medos e convidasse o cara prá tomar um banho, comer e ganhar roupas limpas na sua casa, ele poderia ter negado..?

    vou te linkar no whaddaf e no let`s talk!
    beijos


  3. Patricia C. Says:

    tem uma tirinha dele que que acho a melhor sobre esse assusto. pena que não tem um sistema de busca pra gente procurar.

    é uma que tem um cara se afogando, e ao invés das pessoas ajudarem esse cara, ficam reclamando "tem uma pessoa ali morrendo... e poxa ninguém faz nada", não é exatamente essa frase, mas é quase isso. acho que ilustra bem essa apatia geral de todos nós.