Nat
Gente, eu fico até emocionada de ver como certas coisas simplesmente acontecem, fluem, são coincidência ou obra divina, enfim, não sei!

Abri eu aqui o blogger pra escrever uma mensagem de começo de ano, porque né? Sete dias se passaram e eu sumidinha da silva.
Aí, leio um e-mail que tinha MUITO do que eu queria falar.
Maktub, minha gente!
Estava escrito que eu tinha que escrever sobre isso, hahahaha.

Pois bem!
O que eu queria começar escrevendo é sobre liberdade.
Não uma liberdade no sentido filosófico da coisa: aquela que vai láááááá longe, que discute e argumenta, nahhh, nada disso...
A liberdade que eu falo é a experiencial... aquela que vivemos no nosso dia-a-dia, que está imbricada nas nossas ações, nos nossos pensamentos, nos nossos valores...
É a liberdade de se aceitar, de aceitar certas coisas e viver bem com isso.
É aquela que envolve jogar fora o que mais atravanca as nossas vidas...
Principalmente a liberdade de não aceitar certos padrões que tão rolando por este mundo aí afora e nós colocamos aqui dentro da gente.
É ver que certas coisas simplesmente são ou não são para nós.

Bom, o tema da liberdade surgiu porque é este o momento que eu estou vivendo em minha vida.
E certas coisas tem sido tão boas pra mim que eu quero dividir com todo mundo...
Tenho isso comigo: se eu estou tão bem, porque o outro também não merece estar assim??? E quem sabe isso que faz bem pra mim também serve pra ele!!!

De qualquer forma, o que eu queria desejar a todas as pessoas é isso: a liberdade para serem o que são e estarem bem com isso. Simples assim.

Porque a vida que a gente vive é insana, folks.
Nada boa, para todos nós...
Somos impelidos a estarmos sempre insatisfeitos com o que temos em nossas vidas.
Pensem nisso!!!
Precisamos sempre trabalhar mais, estudar mais, nos esforçarmos mais para sermos os primeiros; precisamos cuidar melhor da aparência, ter um corpo melhor, estarmos em dia com a moda, ser saudáveis; precisamos ter a família perfeita, um jardim cheio de rosas, uma foto bonita de pessoas sorridentes na parede.
Milhares de revistas nos dizem como nos portar, o que devemos comer; livros são vendidos para nos contar sobre como atingir o sucesso; na televisão, os programas "despretensiosamente" nos contam uma historinha e, de quebra, vendem uma imagem, que mostra uma disparidade absurda com a realidade da maior parte dos telespectadores...
Outdoors, televisão, rádio, revistas, internet, tudooooo mandando mensagens, quer a gente queira ou não.

Mas pra dar uma quebra, eu vou mandar este texto que eu recebi por e-mail.
Ele fala do universo feminino, mas é possível pegarmos a idéia e generalizarmos para outros tantos aspectos das nossas vidas.
Não poderia ter sido melhor escrito...

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante."

Martha Medeiros
1 Response
  1. Muito bom esse texto. Uma vida interessante não é viver sem tempo para nada, mas sim saber usufruir do tempo aproveitando o melhor da vida e ao mesmo tempo cumprindo nossas obrigações de trabalho, filhos, estudos, etc...

    Beijos